O Pronto Atendimento Infantil (PAI) de Cachoeiro de Itapemirim tem recebido uma elevada demanda ambulatorial nos últimos meses, batendo recorde no mês de abril com quase 4 mil atendimentos de crianças de 0 a 12 anos. Essa superlotação, claro, tem sido alvo de críticas por parte da população, que reclama da longa espera.
Mas o que poucas pessoas sabem, desconhecem ou preferem ignorar é que estas filas poderiam ser reduzidas se as crianças com casos de menor gravidade fossem levadas às Unidades Básicas de Saúde dos próprios bairros onde moram. Isso impacta diretamente no atendimento àquelas que realmente precisam de hospitalização e causa as longas esperas.
Este ano, de janeiro a abril, foram realizados 11.086 atendimentos no PAI, deste total 15% eram casos de gripe, febre baixa, vômitos e diarreia. Tais situações, como preconiza o Ministério de Saúde, podem e devem ser tratadas nas unidades dos bairros e do PSF, pois elas estão capacitadas para atender estas demandas.
Por isso, o Hospital Infantil “Francisco de Assis” (Hifa), que faz a gestão da unidade, de forma terceirizada em parceria firmada pela Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, busca esclarecer quais são, de fato, as situações de urgência e emergência, que são os serviços exclusivos que o PAI está apto a atender, tais como casos de febre alta contínua, intoxicação, vômitos, diarreias persistentes e doenças de início súbito.
Já para os casos mais graves, como traumas, acidentes de trânsito, acidentes domésticos, envenenamento, ingestão de corpos estranhos e doenças complexas, os pequenos devem ser encaminhados para o Pronto Socorro do Hifa, que fica em frente ao PAI.
Superlotação
“A principal missão do PAI é cuidar dos casos de pequena e média gravidade durante a semana e quando as Unidades Básicas de Saúde estão fechadas. Mas muita gente confunde ou nem se lembra disso quando ocorrem casos mais simples e vem direto para o PAI. Isso, claro, gera superlotação, uma vez que temos dois médicos em plantões de 12 horas durante o dia e um durante a noite. Mesmo se tivéssemos mais médicos disponíveis este número de atendimentos seria ainda maior. Parte do problema é uma questão cultural”, analisa o Superintendente do Hifa, Jailton Pedroso.
Ele ainda agradece a confiança da população no PAI, mas ressalta que diante desse cenário as filas se tornam longas. “Temos atendido dentro da nossa capacidade limite e ressaltamos que os casos considerados urgentes, conforme classificação internacional, são priorizados. Por isso pedimos compreensão da população. Claro que não deixaremos de atender, mas se as pessoas puderem ir nos bairros, elas serão atendidas mais rapidamente. Se ainda assim optarem por virem ao PAI, infelizmente a espera continuará a ser longa”.
Quantidade de atendimentos
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Período |
Nº de atendimentos |
Período |
Nº de atendimentos |
% triagem azul 2017 (baixa complexibilidade) |
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jan/16 |
2.639 |
jan/17 |
2.246 |
20% |
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fev/16 |
2.773 |
fev/17 |
1.656 |
16% |
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mar/16 |
3.970 |
mar/17 |
3.336 |
15% |
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abr/16 |
3.551 |
abr/17 |
3.848 |
13% |
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Total |
12.933 |
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11.086 |
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