Pouca gente sabe, mas a analgesia de parto é um direito garantido nas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um conjunto de técnicas que reduzem ou eliminam a dor durante o trabalho de parto, permitindo que a mulher permaneça consciente, participe ativamente e, em muitos casos, mantenha os movimentos preservados. No Espírito Santo, o HIFA é uma das poucas maternidades da rede pública a oferecer esse recurso às gestantes, reforçando seu compromisso com um parto mais seguro e humanizado.
Segundo a Coordenadora Médica do Serviço de Obstetrícia, Dra. Inara Junqueira, a analgesia pode incluir métodos não farmacológicos, como banho morno, massagem, exercícios com bola de parto e técnicas de relaxamento, e também farmacológicos, como a anestesia peridural contínua, a raquianestesia e o bloqueio do nervo pudendo.
“Nosso objetivo é aliviar a dor, reduzir o estresse físico e emocional e permitir que a gestante viva esse momento com tranquilidade e confiança”, explica.
No HIFA, a gestante que deseja a analgesia pode manifestar essa vontade à equipe médica em qualquer momento do trabalho de parto. A decisão é respeitada, desde que não haja contraindicações, como problemas graves de coagulação, infecção no local da aplicação, alergia a anestésicos ou pressão arterial muito baixa.
O acesso a essa técnica na rede pública ainda é limitado no Brasil, pois exige estrutura adequada, materiais específicos e equipe de anestesiologia disponível 24 horas por dia — requisitos que nem todas as maternidades conseguem atender.
“Disponibilizar a analgesia pelo SUS aqui no HIFA é um grande avanço para nossas pacientes, pois sabemos que a dor intensa pode levar muitas mulheres a solicitarem uma cesariana desnecessária, que é um procedimento mais invasivo e com maior risco. Quando conseguimos aliviar a dor, damos mais condições para que a gestante tenha um parto normal seguro e positivo”, afirma a médica.
A analgesia no parto traz benefícios que vão além do conforto: ela pode ajudar a controlar a pressão arterial, melhorar a colaboração da mulher no processo, reduzir o medo e a ansiedade e transformar o nascimento em uma experiência mais acolhedora. E, como reforça a Dra. Inara, também é cercada de mitos que precisam ser combatidos.
“Muita gente acredita que a analgesia aumenta as chances de cesariana ou faz mal ao bebê. Isso não é verdade. Quando aplicada por profissionais capacitados, é segura e preserva a participação ativa da mãe.”