O Pronto Atendimento Infantil (PAI) de Cachoeiro de Itapemirim recebeu uma elevada demanda ambulatorial nos últimos dois meses deste ano, tendo realizado 5.760 atendimentos a crianças com idade entre 0 e 12 anos. Se comparado a 2017 o percentual de aumento foi de 47%, quando 3.902 foram atendidas no mesmo período.
Uma parte destes casos era de gripe, febre baixa, vômitos e diarreia. Tais situações como preconiza o Ministério de Saúde, podem e devem ser tratadas nas unidades dos bairros e do PSF, pois elas estão capacitadas para atender estas demandas.
A superlotação tem sido alvo de críticas por parte da população, que reclama da longa espera. Mas o que poucas pessoas sabem ou desconhecem é que estas filas poderiam ser reduzidas se as crianças com casos de menor gravidade fossem levadas às Unidades Básicas de Saúde dos próprios bairros onde moram. Isso impacta diretamente no atendimento àquelas que realmente precisam de hospitalização e causa as longas esperas.
Por isso, o Hospital Infantil “Francisco de Assis” (Hifa), que faz a gestão da unidade, de forma terceirizada em parceria firmada com a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, busca esclarecer quais são, de fato, as situações de urgência e emergência, que são os serviços exclusivos que o PAI está apto a atender, tais como casos de febre alta contínua, intoxicação, vômitos, diarreias persistentes e doenças de início súbito.
Já para os casos mais graves, como traumas, acidentes de trânsito, acidentes domésticos, envenenamento, ingestão de corpos estranhos e doenças complexas, devem ser encaminhados para o Pronto Socorro do Hifa, que fica em frente ao PAI.
Superlotação
“A principal missão do PAI é cuidar dos casos de média gravidade durante a semana e quando as Unidades Básicas de Saúde estão fechadas. Mas muita gente confunde ou nem se lembra disso quando ocorrem casos mais simples e vem direto para o PAI. Isso, claro, gera superlotação, uma vez que temos dois médicos em plantões de 12 horas durante o dia e dois durante a noite. Mesmo se tivéssemos mais médicos disponíveis este número de atendimentos seria ainda maior. Parte do problema é uma questão cultural”, analisa o Superintendente do Hifa, Jailton Pedroso.
Ele ainda agradece a confiança da população no PAI, mas ressalta que diante desse cenário as filas se tornam longas. “Temos atendido dentro da nossa capacidade limite e ressaltamos que os casos considerados urgentes, conforme classificação internacional são priorizados. Por isso pedimos compreensão da população. Claro que não deixaremos de atender, mas se as pessoas puderem ir nos bairros, elas serão atendidas mais rapidamente”, finalizou.